terça-feira, 22 de novembro de 2011

Os Shopping Centers e a Desigualdade


Os shopping Centers são locais que possuem em seu interior uma série de formas de entretenimento, locais de lazer e locais de consumo, ou seja, estabelecimentos comerciais que possuem, por si, várias formas de seduzir aqueles que passam por lá. Estes lugar são considerados símbolos do capitalismo que busca mostrar que a felicidade é estar sempre consumindo, dando lucro para os donos destes lugares. Eles refletem bem a realidade a idéia de se gastar e ser manipulados por bens caros e extravagantes vem construindo. 
Como já foi dito, é um lugar de entretenimento, que ocupa muitas vezes um momento de tédio, de lazer e consumo, mas pergunto, para quem?  Será que é todos que podem ir no shopping ser parte de todo aquele arsenal de compras? Não, o "templo" do consumo do consumo, símbolo de progresso, o shopping, nada mais é do que um lugar de sonhos vendidos pela propaganda. Local que exclui dele aqueles que não podem consumir, que é maioria neste país, que exclui, na sua lógica privada, a cidadania.  
De acordo com a socióloga Valquíria Padilha, o shopping não é apenas uma construção física, mas também uma prisão social ainda pouco estudada de forma crítica pela sociologia e pelo urbanismo. Shopping center, de Valquíria Padilha, novo lançamento da coleção Mundo do Trabalho, vem preencher essa lacuna com uma análise profunda e fundamentada das suas origens, efeitos e ideologia. Junto com O nome da marca: McDonald’s, fetichismo e cultura descartável, de Isleide Fontenelle, forma um par de estudos fundamentais para a compreensão dos artifícios do capitalismo contemporâneo
Para entender o fascínio que o shopping center provoca, Padilha discute a relação entre trabalho, lazer e “tempo livre” no capitalismo, e como o shopping “captura” esse tempo e essa atenção, reduzindo a relevância das pessoas a uma única dimensão de existência: comprar. 
Das suas origens nas lojas de departamento européias e sua rápida proliferação pelos Estados Unidos do pós-guerra, a autora explica os interesses do capital que levaram à construção dos shopping centers, chamados pelos norte-americanos shopping malls, e como eles redefiniram a orientação urbana nas cidades, esvaziando os centros, valorizando o automóvel e os subúrbios isolados. Ela também investiga como essa “novidade” chegou ao Brasil e quais as suas características peculiares em um país tão desigual: a extrema valorização da segurança que mascara o desejo de segregação social, e as formas subjetivas e objetivas de manter a população pobre fora dele.
Outros aspectos que o livro aborda são o papel da publicidade em gerar a angústia que move o consumismo, os gostos como sinais de diferenciação entre as classes sociais e as relações humanas mediadas por mercadorias no reino do “ter” que é o shopping center. 

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